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segunda-feira, 30 de maio de 2011

CINEMA E PSICANÁLISE


Uma dobradinha que a mais de cem anos vem dando certo: cinema e psicanálise.

O cinema e a psicanálise são contemporâneos, em 1895 os irmãos Lumière fizeram a primeira exibição cinematográfica. No mesmo ano Freud faz a primeira interpretação de um sonho seu: "A injeção de Irma", que parece ser a encenação de um romance familiar das origens e da história da psicanálise, mas é em 1899 com o livro “Interpretação dos Sonhos” nasce à psicanálise.

Freud não imaginava que sua ciência seria um tempero muito usado no cinema, dramas psicológicos, e os conteúdos psicanalíticos, sempre exibindo noções populares e superficiais de trauma, repressão e inconsciente.

Nos Anos 30 e 40 era muito comum alguns filmes ter um analista devidamente bem vestido, com um cachimbo ou charuto e muita sapiência, e todo equilíbrio do mundo.

Mas, sem duvida nenhuma, quando se fala de cinema e psicanálise poucos superam Hitchcock, o mestre do suspense soube fazer esta ponte entre cinema e psique, é incrível ver tamanho domínio exemplo é os filmes, Disque M para matar (1954), Psicose (1960) e Os Pássaros (1963) entre outros.

Contudo, houve outros diretores que souberam fazer esta alquimia, como Stanley Kubrick considerado por muitos com um dos maiores diretores de todos os tempos, soube trabalhar alguns conteúdos da mente humana como o narcisismo, ou melhor, a quebra. Em seus filmes Kubrick mostra que os seres humanos são frágeis e ingênuos e manipuláveis. Filmes como: Laranja Mecânica (1971), Barry Lyndon (1975), O Iluminado (1980), Nascido para matar (1987) e De Olhos Bem Fechados (1999), demonstram bem isso, sem dizer o filme 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968), que o computador elimina os tripulantes da nave Discovery.

Mas Freud não pode ficar fora da sétima arte, em Freud, além da alma (1962), dirigido por John Houston, retrata a biografia de Freud de forma romanceada, mostrando seus casos mais importantes como caso “Dora”, ”Schreber”. Conta história da construção da teoria psicanalítica, que procura explicar nossa constituição psíquica. O filme reconstitui a vivência e as descobertas de Freud, em Paris e na cidade de Viena, entre os anos de 1885 e 1890. Um belíssimo filme para estudantes de psicologia e apreciadores de filmes sobre o tema.

Para mim, cinema e psicanálise vão caminhar sempre juntos, mas sem se encontrar tudo “inconsciente”. Como o sonho, o cinema é constituído de elementos oníricos, e por este fato adoramos. Através dos filmes recebemos sentimentos, desencadeamos nossas próprias emoções, assim procuramos expressar a nossa necessidade, temos contatos com nosso íntimo, rimos e choramos e isso se faz pensamento, isso faz psicanálise.

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